terça-feira, 24 de novembro de 2015

Críticas a Jogos Vorazes: A Esperança Parte II

  

Quem não esperou impaciente pelo desfecho de Jogos Vorazes? O dia chegou, já assistimos e aqui vai minha crítica. Atenção: SPOILERS

A franquia começou bem, os primeiros dois filmes fiéis aos livros, que são muito bem construídos por Suzanne Collins, com pequenas mudanças (nem tudo é perfeito). A quem não leu os livros, foi bem fácil entender o que estava acontecendo, algo que algumas adaptações acabam por falhar (Percy Jackson, estamos falando de você). O contexto político nos tirou do romance de sempre, apesar de ter um trio amoroso - bem batido, não é mesmo - e a história se intensifica ao longo do tempo; a guerra toma forma, os revolucionários contra Capital; vidas são perdidas; a narrativa torna-se mais fria ao longo da saga, junto com o tom depressivo em que cai a protagonista.

A primeira parte nos deixa com um nó na garganta depois de sua conclusão. Mesmo quem sabia o que aconteceria se surpreendeu com a cena tão bem executada e cheia de ódio, quando o doce Peeta tenta sufocar sua amada Katniss. Bem chocante. 

Na continuação o amigo se torna inimigo, e tem que conviver lado a lado. A presidente Coin começa a revelar sua ganância, e desde a parte I notamos sutilmente que tudo está mudando para que nada mude. Uma falsa sensação de vitória da parte dos que tanto sofreram com Snow, sem ao menos notar que seria o mesmo com Coin.

A fragilidade dos relacionamentos, não só de Peeta e Katniss como o dela com Gale, nos mostra as consequências da guerra. O fato dos três serem uma fortaleza e não se chocarem com mortes facilmente foi uma boa coisa para evitar drama desnecessário, porém os tornou frios e alheios a mortes importantes. Para quem leu o livro, principalmente, minimizar certas coisas doeu de se ver.

Me decepcionou muito o fato de parecer estar vendo um filme de terror em certas partes. Não por dar medo, mas por ser tão previsível. O que o diretor Francis Lawrence não soube trabalhar nesse filme, infelizmente, foi o elemento surpresa. Assim como alguns personagens adicionados eram claramente para preencher tempo, como disse João Ricardo, nosso querido escritor daqui, sobre a Cressida, interpretada pela Natalie Dormer "ela só aponta onde as câmeras vão ficar?". Essa foi a sensação geral com alguns personagens, de inutilidade. Pude quase pressentir que quem não estava no livro estava no filme apenas para morrer. O que se mostrou verdade.

O triângulo amoroso foi algo que incomodou bastante. Impossível não comparar a Katniss do livro - forte, independente, que não se importa com quem vai ficar, que sobrevive - com a Katniss do filme - faz uns vídeos, corre atrás do Gale quando fica chateada com Peeta, ou o contrário - foi algo muito explorado quando o foco deveria ser outro. No fim das contas, ela pareceu não muito influenciar em nada.
Nada é tão ruim que não possa ficar pior. O final do livro. É chato. Bem chato. Fofo, mas chato mesmo. O final do filme é pior ainda. Poderia dormir nele, parece até A Marca de Atena, de Rick Riordan, que também teve essa pegada bem Crepúsculo, que não tem nenhum sentido perto do filme sombrio construído. Algumas cenas foram muito mais impactantes no livro que no filme, como quando Katniss queima - no livro ela ficava destruída, todo o rosto queimado, corpo, cabelo, passa por diversas cirurgias e entra em depressão. Sei que é por ser proibido para 14 anos, mas foi difícil de engolir o quanto certas cenas foram diminuídas e suavizadas.

No fim das contas o filme deixou uma sensação de que nem havia acontecido. Ninguém falou sobre quando fomos comer. Foi apenas decepcionante. Pelo menos conseguimos uma boa foto.

                             
                                                                    somos fofos

   Enfim, o tordo se libertou. À caminho da Terra da Decepção, perto da Torre da Sonolência.




                           Beijos na testa, Kkau

Um comentário:

  1. Só li agora a crítica. Foi bem ruim. Tirou a credibilidade da "crítica" por comparar sempre o livro com o filme. Vocês estão analisando o filme ou o livro? Sabiam que crítica de filme independente de ser baseado num livro ou não deve desconsiderar o livro? O filme funciona por si só. Pareceu um fã do livro bolado com o filminho. Cadê a crítica de verdade do filme? Cadê o comentário sobre a score, o roteiro, a atuação, a construção de mundo? Isso não é a crítica do filme, é uma comparação entre o livro e ele...

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